Archive for 29 de setembro de 2011
Hidropônicos Buriti planeja primeira franquia acreana
O empresário esquece da diplomacia ao falar aos prováveis interessados. “Não será fácil conseguir a franquia da hidropônicos”, adianta. “Pessoas sem vocação serão, naturalmente, excluídas porque a marca tem uma forma de tratar da hidroponia que eu não abro mão”. Tarauacá e Cruzeiro do Sul são cidades que, provavelmente, terão empreendedores franqueados pela total carência na produção de hortaliças. Com 12 anos no mercado, D’Agostini se orgulha de ter gastado parte do seu rendimento em experimentos.
O esforço produziu uma inovação para o setor. O jambu hidropônico é exemplo. O vegetal utilizado em pratos da culinária acreana chega aossupermercados pré-cozido, em pacotes fáceis de transportar e praticamente pronto para consumo sem perda de nutrientes. A idéia de pré-cozinhar o jambu nasceu pelo fato de as folhas do jambu hidropônico serem tão grandes que os clientes não reconheciam o vegetal. “Achavam que era mato”, lembra o empresário.
D’Agostini é gaúcho de nascimento e veio para o Acre interessado no mercado madeireiro, aluguel de máquinas pesadas e pecuária. Começou a estudar o potencial da hidroponia e percebeu a viabilidade do mercado. Investiu esforços e dinheiro. “A região Norte é estratégica para a hidroponia”, constata para justificar a inserção de outra marca sua, a Viva, há três anos instaladaem Manaus, um mercado com mais de um milhão de habitantes.
“Produzir no Acre tem que ser herói”, alerta, antes de comparar. “Produzir em Manaus você tem que ser um super-herói”. A comparação faz referência ao ataque de fungos e bactérias na lavoura. Algo muito comum no início do empreendimento, mas que exige alerta constante. Sempre que aparece algum sinal da presença deles na lavoura, a reação deve ser imediata.
Falta de energia causa prejuízo de R$ 130 mil
Outra dificuldade encontrada pelos empresários do setor é a baixa qualidade da energia elétrica, insumo fundamental para manter o movimento cíclico da água que leva os nutrientes às verduras. Há três meses, faltou energia no bairro Xavier Maia das nove da manhã às três da tarde. Justamente naquele dia, o gerador da empresa quebrou. Resultado: prejuízo de R$ 130 mil e toda a safra comprometida.
Com 12 produtos ofertados no mercado regional, a Hidropônicos Buriti tem na alface crespa o carro-chefe nas vendas, calculada em 90 mil maços por mês. Hoje, a empresa abriga 40 estufas com mais de 100 metros quadrados cada.
Agora o Governo estuda adicionar hidropônicos à merenda escolar.
A Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia, Indústria e Comércio realiza um diagnóstico das condições sócio-produtivas das indústrias alimentícias do Acre. Ao conhecer a proposta da Hidropônicos Buriti, o secretário de Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães não descartou a possibilidade de adicionar os legumes e verduras hidropônicas na merenda escolar.
A ação de governo faz parte da revisão das compras governamentais com o objetivo de incentivar a produção e aquecer o setor na região.
O que é hidroponia?

Ao cultivar com solução nutritiva utilizando um substrato não inerte (húmus por exemplo), admite-se dizer que é um cultivo sem solo, mas não é adequado referir-se como sendo hidroponia. Quando a solução é aplicada ao solo, tem-se a ferti-irrigação. Não é cultivo sem solo, nem hidroponia. Em geral esta solução não é completa, pois tem caráter complementar.
Portanto, na hidroponia a única fonte de nutrientes para as plantas é a solução nutritiva, pois, se houver substrato, este é inerte. No caso de cultivo sem solo, basta que o solo não seja utilizado. Um exemplo, é o cultivo apenas em húmus de minhoca.
De onde vem a hidroponia?

A palavra hidroponia vem do grego, dos radicais hydro = água e ponos = trabalho. Apesar de ser uma técnica relativamente antiga, o termo hidroponia só foi utilizado pela primeira vez em 1935 pelo Dr. W. F. Gericke da Universidade da Califórnia.
Gericke adotou o sistema de cultivo sem solo para as condições de campo, de tal forma que se tornou o primeiro passo para viabilizar o cultivo em escala comercial. Quando se diz que "Gericke é o pai da hidroponia" não significa que ele inventou o cultivo sem solo, mas trata-se de uma homenagem aos avanços científicos conquistados por ele e por ter pela primeira vez usado o termo hidroponia.
Princípios de funcionamento
As plantas são colocadas em canais ou recipientes por onde circula uma solução nutritiva, composta de água pura e de nutrientes dissolvidos em quantidades individuais que atendam a necessidade de cada espécie vegetal cultivada.
Como Assim?
Esses canais ou recipientes podem ou não ter algum meio de sustentação para as plantas, o substrato, como pedras ou areia. A solução nutritiva tem um controle rigoroso para manter suas características,periodicamente é feito um monitoramento de pH e de concentração de nutrientes, assim as plantas crescem sob as melhores condições possíveis.
Soluções hidropônicas
Um exemplo de solução para hidroponia é a solução de Cooper, descrita abaixo:
Solução Hidropônica Segundo Cooper
Soluções intermediárias
Solução A
Fosfato monopotássico (KH2PO4) 26,3 mg/Lt
Nitrato de potássio (KNO3) 583 mg/Lt
Sulfato de magnésio (MgSO4.7H2O) 513 mg/Lt
Solução B
Nitrato de cálcio (Ca(NO3)2.4H2O) 1003 mg/Lt
EDTA-Fe ([CH2.N(CH2COOO)2]2FeNa) 74 mg/Lt
Obs.: 1 gr de EDTA-Fe corresponde a 0,91 gr EDTA + 0,29 gr Nitrato de ferro (II) (Fe(NO3)2).
Solução C
Sulfato de manganês (II) (MnSO4.H2O) 6,1 mg/Lt
Ácido bórico (H3BO3) 1,7 mg/Lt
Sulfato de cobre (CuSO4.5H2O) 0,39 mg/Lt
Molibdato de amônio ( (NH4)6Mo7O24.4H2O ) 0,37 mg/Lt
Sulfato de zinco (ZnSO4.7H2O) 0,44 mg/Lt
Outra formulação de solução hidropônica:
Soluções intermediárias
Solução A
Sulfato de amônio 28,4 gr
EDTA 0,1 gr
Sulfato ferroso 0,05 gr
Água qsp 1 Lt
Solução B
Superfosfato de cálcio 14,2 gr
Sulfato de potássio 10,0 gr
Sulfato de magnésio 8,6 gr
Sulfato de manganês 0,085 gr
Ácido bórico 0,028 gr
Sulfato de cobre 0,006 gr
Molibdato de amônio 0,006 gr
Sulfato de zinco 0,007 gr
Água qsp 1
Usar 150 ml de cada solução em 4,5 Lts de água a ser usada na hidroponia.
Referências:
Dr. W. F. Gericke da Universidade da Califórnia